STRAW (2025)

September 19, 2025

O aguardado STRAW (2025) chega aos cinemas como uma das produções mais ousadas do ano, combinando drama psicológico, suspense existencial e uma estética visual que já nasce com cheiro de clássico moderno. Dirigido com mão firme por um cineasta que entende a linguagem do desconforto, o filme mergulha em atmosferas densas, carregadas de tensão silenciosa, onde cada detalhe — da fotografia granulada ao desenho sonoro inquietante — contribui para uma sensação permanente de instabilidade. Desde os primeiros minutos, o público é transportado para um universo em que a fragilidade humana é explorada como nunca antes, e a metáfora do “caniço que se dobra, mas não se quebra” percorre toda a narrativa.

O roteiro de STRAW é ao mesmo tempo minimalista e profundamente simbólico. A trama acompanha um protagonista aparentemente comum, mas que se vê tragado por circunstâncias que colocam em xeque sua identidade, sua moralidade e até mesmo sua sanidade. Ao longo da jornada, acompanhamos encontros perturbadores, diálogos que parecem esconder mais do que revelam, e cenas em que o silêncio fala mais alto que as palavras. A construção narrativa é deliberadamente lenta, quase contemplativa, mas essa escolha serve para potencializar o impacto emocional dos momentos de explosão dramática. É um filme que exige paciência e entrega, mas que recompensa com reflexões que ecoam muito além da sessão.

As atuações são outro ponto de destaque. O elenco brilha com performances que oscilam entre a vulnerabilidade crua e a intensidade quase animalesca. O protagonista entrega um trabalho que certamente será lembrado em premiações futuras, conseguindo expressar desespero, ternura e brutalidade em uma mesma cena. Os coadjuvantes não ficam atrás: cada personagem é cuidadosamente esculpido para servir como espelho ou contraste das escolhas do herói, tornando a experiência rica em camadas. É impossível não se sentir desconfortável, por exemplo, diante da frieza calculada de certos antagonistas, que funcionam como alegorias vivas de um mundo indiferente.

Do ponto de vista técnico, STRAW é impecável. A fotografia aposta em tons sombrios e enquadramentos claustrofóbicos, reforçando a ideia de aprisionamento físico e psicológico. A trilha sonora, discreta mas poderosa, sabe entrar nos momentos exatos para elevar a angústia ou, paradoxalmente, oferecer breves respiros de lirismo. Já a edição é calculada para provocar estranhamento: cortes bruscos, silêncios prolongados e transições quase oníricas dão ao espectador a sensação de estar preso em um pesadelo sem saída. O design de som, por sua vez, merece ser mencionado como um personagem à parte, já que os ruídos, sussurros e batidas funcionam como guias emocionais da trama.

No fim das contas, STRAW (2025) não é um filme fácil de assistir — mas essa é precisamente a sua grandeza. Ele não busca agradar, mas sim inquietar, provocar e questionar. A obra nos obriga a olhar para dentro de nós mesmos e encarar verdades incômodas sobre vulnerabilidade, resistência e a linha tênue entre força e fraqueza. Para alguns, pode soar hermético ou até mesmo exaustivo; para outros, será uma das experiências cinematográficas mais intensas e transformadoras da década. De qualquer forma, é impossível sair indiferente. STRAW é cinema em seu estado mais puro: arte que desafia, desconstrói e deixa marcas profundas.